4º DOMINGO DA PÁSCOA

PRÉDICA PARA O 4º DOMINGO DA PÁSCOA – 25 DE ABRIL DE 2021 | Texto Bíblico: 1 João 3.16-24 | Danilo Kammers |

Mexa-se!

Querida Comunidade, amigos e amigas, irmãs e irmãos que leem esta mensagem, o Espírito Santo não está em “lockdown”, porque não há restrições para a sua ação.

Oramos pedindo que a presença de Jesus entre nós nos oriente no meditar da sua Palavra. Amém.

Como você ensina seu filho sobre o amor?

Uma alternativa é você esperar que ele cresça, e quando tiver uns 6 ou 7 anos você o chama para um papo sobre o tema. Assim, durante 30 minutos você oferece uma boa explicação sobre o quanto ele é amado, para que ele saia feliz e saltitante, entendendo o que até antes era incompreensível.

Outra opção seria você esperar mais tempo ainda, quem sabe quando ele tiver uns 12 anos. Aí você o inscreve num curso sobre o amor, com duração de 2 anos, para que finalmente ele seja um especialista no tema.

Todas estas alternativa são absurdas! Todos nós ensinamos amor aos nossos filhos simplesmente os amando. Nós os acolhemos, os abraçamos, os aceitamos porque são nossos filhos e filhas. E eles crescem sabendo o quanto são amados, de uma forma vivencial.

A Bíblia nos desafia de igual forma.

O apóstolo João nos lembra de que amor não é apenas discurso.

[Leitura do texto de 1 João 3.16-24]

O discipulado tem consequências para vida de toda pessoa que segue ao Senhor Jesus, porque o amor vai além do discurso.

Vejamos algumas recordações que o apóstolo João nos traz:

– Conhecemos o amor e seguimos ao Senhor: Jesus Cristo entregou a sua vida por nós (v.16). Ele é a referência de amor incondicional, o “Bom pastor que se entrega por amor a suas ovelhas” (Jo 10.11). Não existe no mundo outra referência que possamos ter para conhecermos o amor de Deus e nos sabermos amados.

Conhecemos e seguimos a Jesus Cristo porque seu convite de amor ecoa por anos, desde o testemunho de mulheres e homens que anunciaram sua morte e ressurreição. Foram pessoas discípulas do Senhor que não se fecharam num “clube de boas ações”, mas contagiaram o mundo com seu testemunho e prática ao “fazerem discípulos” (Mt 28.19).

– Jesus deu tudo! E nós nem um pouco? Amor além do discurso: quando você e eu nos descobrimos amados por um amor que não mereceríamos, ficamos constrangidos. Não encontramos uma forma satisfatória para retribuir a entrega que Cristo fez na cruz por amor a nós, até mesmo porque isso não seria possível.

No texto que lemos o apóstolo João nos desafia a “entregarmos nossa vida” (v.16-17). Não entregarmos a vida a Jesus. Ele já a possui! Ele já nos alcançou, nos perdoou e salvou. Por não precisarmos nos preocupar com a eternidade porque ela nos foi conquistada pelo Salvador que nos amou na cruz, podemos entregar a nossa vida e bens para socorrer um irmão em sua necessidade. Não endureçamos o coração na relação com as outras pessoas.

Jesus Cristo nos liberta de nós mesmos e de nossas buscas egoístas pela satisfação mesquinha. Por isso o amor da pessoa cristã conhece a sua origem e impulso: Deus. Um amor que nos alcançou e não se prende a nós, mas nos transpassa no encontro ao outro necessitado (v.17-18).

– Do medo à tranquilidade do coração: quando Jesus Cristo ressurreto encontra seus discípulos trancados e assustados os deseja “paz” (Jo 20.21). Estes homens amedrontados ficam com o coração aliviado, porque a morte que um dia os assustara não tem mais poder sobre suas vidas. Estes se tornam testemunhas de uma esperança que conheceram no amor de Deus, revelado em Cristo.

Tudo o que temos e somos é dado pelo Criador de nossas vidas. E, infelizmente, nem tudo o que temos e somos colocamos a Sua disposição! Por isso, João quer nos sacudir a alma com esta Palavra: não podemos ser discípulos assustados e inertes. Sem a disposição de solidariedade o amor de Deus morre em nós (v.17).

O Deus que se faz presente na tua e na minha história, nos conhece além de nossos medos. Não precisamos mais nos acusar e condenar, porque em Cristo, nos colocamos na presença de Deus em liberdade e confiança (v.19-21). Uma relação íntima com Aquele que diz ao coração atribulado “paz seja contigo” (Jo 20.21) e nos “tranquiliza o coração” (v.19) ainda hoje.

– Crer em Cristo e amar o outro: Pela fé em Cristo, que nos visita em nossa angústia e medo, nós somos encorajados a prática do amor verdadeiro, em obediência a ordem “amem uns aos outros” (v.23). O compromisso com Cristo é consequentemente um compromisso com os irmãos e irmãos na fé.

Amar a quem nos é conveniente e pensa parecido, torce pelo mesmo time ou frequenta a mesma igreja não é tão desafiador quanto amar ao inconveniente que nos perturba, que nos fere e nos despreza.

O desafio de hoje é mais simples do que outros desafios que a Palavra de Deus já nos deu, porque o apóstolo João nos fala sobre uma relação com “irmãos”, com os que estão perto de nós e nos são despercebidos.

Neste tempo de pandemia, de doença e insegurança, tempo em que a saúde emocional de muitas pessoas é abalada pela incerteza do amanhã, somos particularmente desafiados a uma sensibilidade cristã para com o irmão necessitado.

O afastamento social recomendado, não nos afasta do amor de Deus e do compromisso dos seguidores e seguidoras de Cristo. “Permanecer em Deus” (v.24) é sobre a Sua ação em nossa vida! Quando o Espirito Santo, ainda hoje, nos encoraja a sermos testemunhas da Esperança para um mundo repleto de medo e morte. Testemunhas que não apenas dizem ou teclam, encaminhando conteúdo (palavra), mas que vivem para servir ao Senhor, principalmente, na relação com o próximo.

Assim como tu e eu não deixamos para mais tarde a prática do amor para com os nossos filhos, nem apenas discursamos sobre isso,  assim também a relação Fé em Cristo e amor ao irmão não é apenas discurso de alguém descomprometido, mas prática verdadeira daquele que primeiramente se sabe amado pelo Seu Senhor.

Para toda a ação do amor de Cristo ao nosso favor, existe uma reação nossa ao encontro do outro. Deus te ama. Mexa-se!

Amém

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Ps. Danilo Kammers

Pomerode – Santa Catarina, Brasilien

danilokammers@hotmail.com