Tito 3. 4-7  | 25 DE DEZEMBRO

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Tito 3. 4-7  | 25 DE DEZEMBRO

PRÉDICA PARA O DIA  DE NATAL –  25 DE DEZEMBRO DE 2021. | Texto bíblico: Tito 3. 4-7  | Breno Carlos Willrich |

(4). Quando, porém. Se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e seu amor para com todos, ( 5). Não por obras de justiça praticados por nós, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, (6). que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, (7) a fim de que, justificados por graça, nos tornemos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.

A graça de nosso Senhor, Jesus Cristo,

O amor de Deus, O Pai

E a comunhão do Espírito Santo

Sejam com todos vocês.

Querida comunidade, celebramos o Natal. Deus se fez gente e veio morar entre nós.

Mas, em meio às festas, procurando entender o sentido maior de nosso celebrar, podemos nos perguntar: Por que natal? O que é afinal o Natal? E Para que Natal?

Quando li o texto de pregação indicado para esta celebração, a primeira coisa que me chamou a atenção é a coletânea de ricas palavras.  BENIGNIDADE, AMOR, TODOS, MISERICÓRDIA, REGENERAÇÃO, RENOVAÇÃO, JUSTIFICAÇÃO, GRAÇA, ESPERANÇA, VIDA ETERNA. Essas palavras são gotas de chuva derramadas sobre a terra sedenta. Ouçam novamente as palavras que Paulo escreve a Tito e a nós hoje:

BENIGNIDADE é querer bem ao outro, rejeitar o ódio, a vingança, é medir as palavras, é falar de forma edificante, e ser gentil, é sorrir, é compartilhar sofrimento.

AMOR – Palavra que não é só sentimento, mas doação. É querer estar ao lado e desejar ao outro o que desejo a mim mesmo; é estar disposto ao sacrifício para que o outro esteja bem; é abrir mão de minhas verdades para se dar ao direito de ouvir o que o outro tem a dizer; é compreender o ponto de vista do outro com respeito e humildade;

TODOS – Quem fala TODOS está a respeitar a diversidade do mundo onde vivemos e defender a justiça e a equidade.

MISERICÓRDIA – É a capacidade de olhar para o pequeno, o pobre, o doente, o carente de pão e da atenção com os olhos do coração, é amparar na dor e compreender na falha.

REGENERAÇÃO E RENOVAÇÃO – Quem fala essas palavras revela sua crença de que pessoas e situações podem mudar. Quem acredita em regeneração bota fé na vida. Quem crê em renovação não fica preso às velhas coisas.

JUSTIFICAÇÃO E GRAÇA – São palavras que revelam que as pessoas são aceitas, são importantes, dignas e amadas apesar de suas fraquezas e pecados.

ESPERANÇA – É aquela força motora que nos faz caminhar pra frente na certeza de que a caminhada vale a pena.

VIDA ETERNA – É o propósito maior da existência. Vida em abundância hoje e vida que supera a morte.

Sim, essas palavras são como gotas de chuva que caem sobre a terra sedenta.

Depois de dar atenção às palavras do texto proposto,  fui dar uma olhada no versículo anterior. E o que me cai aos olhos? Palavras duras e amarga, que revelam a terra árida na qual vivemos: ouçamos o versículo 3 do mesmo capítulo:

“Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desregrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícias e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.”

Que enorme contraste entre estas últimas palavras e as anteriormente ouvidas! Essas últimas são um retrato de um mundo distante de Deus. Falam de um mundo mau. E certamente esse retrato não está tão distante de nossa realidade. Somos néscios, nos falta sabedoria. O mundo conhece tudo, tem acesso a tudo, nos comunicamos com qualquer lugar do mundo em fração de segundos, mandamos robôs para Marte, digitando poucas palavras de referência em qualquer celular temos infinitas informações disponíveis sobre qualquer assunto, mas não sabemos como utilizar isso para o bem. Falta-nos sabedoria. Enquanto os bilionários fazem passeios esportivos para o limite da órbita terrestre investindo milhões de dólares, falta comida na mesa e saneamento básico para milhões de pessoas. Obedecemos a vontade própria e a do capital, mas somos desobedientes a Deus. Somos desgarrados, vivendo cada qual em seu mundo e nos protegendo entre os iguais para não ter nosso espaço ameaçado. A inveja nos impede de nos alegrarmos com o sucesso do outro. O ódio está presente nas relações. O homem é lobo do próprio homem.

Quando prestamos atenção neste retrato do mundo temos respondida a primeira pergunta que nos  desafiamos: Por que Natal? E a resposta é: Porque o mundo é mal. Isso mesmo: Natal aconteceu e precisa ser celebrado porque o mundo é mal.

Jesus não veio morar conosco porque somos bons, mas porque somos maus. Ele não deu a vida por nós porque somos merecedores, mas porque somos necessitados.

Para essa realidade Deus veio. A pequena criança humilde deitada na manjedoura veio confrontar nossa pretensão de sermos grandes e poderosos. A benignidade presente em cada palavra e gesto de Jesus confronta com o ódio experimentado no dia a dia. O olhar misericordioso de Jesus para as pessoas pecadoras, excluídas, doentes e pequenas, questiona nossa falta de solidariedade nas relações. O imensurável amor do Cristo que se entrega a morte de cruz para nos conceder a vida eterna denuncia nossas palavras e práticas odiosas.

Natal é isso: a realidade da vida invadindo a realidade da morte, uma chuva de bênçãos caindo sobre a terra sedenta.

Muito bem expressa esta verdade a primeira estrofe do conhecido hino natalino:

“Jubiloso, venturoso tempo Santo de Natal. MUNDO PERDIDO, CRISTO É NASCIDO. Rejubila cristandade no Senhor.”

E a última pergunta que nos cabe responder é: para que Natal. A resposta podemos encontrar no versículo posterior ao nosso texto de pregação. No versículo 8 lemos: “para que os que tem crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras.”

Querida comunidade. Se esse confronto da realidade da vida com a realidade da morte e esta chuva de bênçãos caindo sobre a terra sedenta não transformar a nossa vida, então de nada valeu o natal. Jesus veio nos convidar e capacitar para o amor que supera o ódio. E aí entramos de cheio no tema e no lema da IECLB para esse ano litúrgico: “AMAR A DEUS E AS PESSOAS” – “Não amemos de palavra nem da boca pra fora, mas de fato e de verdade”

João 3.18

Que o menino nascido em Belém seja nossa motivação e força na prática das boas obras. Acolha, sirva, ensine, pacifique, dialogue.

E tenha um FELIZ NATAL

Amém

Breno Carlos Willrich

Blumenau – Santa Catarina (Brasilien)

pastorbreno@terra.com.br

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