Trinidade

Prédica para o Domingo Trinidade – 7.6.2020 | 2 Coríntios 13.11-13 | Werner Brunken |

 

      Querida Comunidade! Irmãos e Irmãs na fé! Com estas palavras carinhosas saúdo todos que hoje estão neste culto. Viemos aqui carregando nossas preocupações, conflitos e sofrimentos neste tempo de COVID-19. O que esperamos deste culto para aliviar nossas dúvidas? Imaginemos se cada um fosse falar sobre sua vida neste culto, expressando suas dores, decepções e idéias. Jamais iríamos chegar a um consenso, pois cada um defende sua maneira de pensar.

No entanto, é preciso dizer que não viemos até aqui para discutir e nos distanciar uns dos outros. Estamos aqui para ouvir o que nos une. E para que isto aconteça o Domingo Trindade quer expressar Deus na sua plenitude – quer ajudar-nos quando o apóstolo Paulo nos transmite o que não encontramos na sociedade: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. Esta saudação faz parte da mensagem central da Bíblia e, por isso, a recebemos cada vez que nos reunimos em culto.

Caso tivéssemos tempo para ler as Cartas do apóstolo Paulo aos cristãos em Corinto, iríamos nos deparar com problemas, que poderiam destruir a comunhão proporcionada pelo Espírito Santo. Ouçamos uma das colocações do apóstolo na 1ª Carta 3.11-13:”Pois a vosso respeito meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloé, de que há contendas entre vós. Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo”? O apóstolo não se esquivou de falar dos conflitos vividos pelas pessoas e grupos na igreja, mas acima de todos os problemas que cada um carregava, ele coloca Deus e lhes mostra que a partir Dele é possível viver na igreja, nas famílias e na sociedade sob a graça, o amor e a comunhão.

A partir desta constatação, iniciou sua 2ª Carta agradecendo pelas bênçãos de Deus, enaltecendo-o. Assim lemos no cap.1.3-4:”Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da misericórdia e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus”.

Bendizendo este Deus da misericórdia e da consolação o apóstolo lembra no final da carta:”A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do

 

 

Espírito Santo sejam com todos vós”. Sinto nestas palavras a ação de Deus em benefício de todos nós. Tal ação do Deus Todo Poderoso agiu em nós desde o Batismo. Não tínhamos nada a oferecer ou dizer, mas somente a receber.

     Deus agindo em sua graça – Costumamos dizer “somos agraciados por sua graça”. Nesta graça está contida toda doação de Deus a nosso favor em Jesus Cristo. Deus veio ao mundo. Deu sua vida para nos regatar de nossos pecados e nos salvar. Este gesto total por nós teve seu preço, a morte de Jesus na cruz.

Deus agindo em seu amor – O evangelista João fala deste seu amor no cap.3.16:”De tal maneira Deus amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Deus não só expressa seu amor por nós, pois ele é “amor” como lemos em 1ª João 4.14:”Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele”. Este amor por nós foi vivido por Jesus até sua morte na cruz e continuou após sua ressurreição. Ele tornou-se a ponte do amor, que nos liga com o Pai e entre nós.

Deus agindo em comunhão – Deus na sua graça e no seu amor mantém comunhão conosco através do Espírito Santo. Experimentamos esta comunhão quando nos reunimos para ler e meditar na sua Palavra; quando oramos; quando celebramos os Sacramentos Batismo e Ceia do Senhor; quando participamos dos ofícios casamento e sepultamento. Vivemos esta comunhão a partir do Espírito Santo no meio dos conflitos e de nossas convicções. A comunhão é parte inseparável do plano de Deus conosco para esta vida e para a eternidade, “quando Ele estará sempre conosco” (Ap.21.3).

Vivendo desta graça de Jesus, do amor do Pai e da comunhão do Espírito Santo, vivamos o que o apóstolo Paulo escreve:”Quanto ao mais, irmãos! Aperfeiçoai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz e o Deus do amor e da paz estará convosco”.

Queridos irmão e irmãs na fé! Temos tudo para viver da graça, do amor e da comunhão. Vivamos em paz uns com os outros, criando entre nós espírito de comunhão e de solidariedade. Assim todos reconhecerão que vivemos como filhos e filhas de Deus.

 

 

P. em. Werner Brunken

Brusque – Santa Catarina, Brasilien

brunkenwerner@yahoo.com.br

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