11º DOM. APÓS PENT.

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11º DOM. APÓS PENT.

PRÉDICA PARA O 11º DOMINGO APÓS PENTECOSTES – 8. 08. 2021 | Texto Bíblico: João 6.35, 41-51 | Olmiro Ribeiro Junior |

Jesus o Pão da Vida!

Saudação: Deus que alimentou o povo no deserto, se fez pão em Jesus Cristo e nos encontra em amor e partilha na Ceia do Senhor nos conceda graça e paz.

Oração: Oremos, Deus de amor e misericórdia, que possas encontrar vidas dispostas a ouvir e viver a tua vontade que é vida digna e paz. Amém.

Jesus o pão da vida que vem saciar a fome e a sede!

Assim, podemos nos perguntar, o que é necessário para viver uma vida plena, uma vida com dignidade e justiça?

O que realmente necessitamos para viver?

Jesus na oração do Pai Nosso destaca a necessidade do pão nosso de cada dia como o sustento e o indispensável para cada pessoa e família. Lutero, no Catecismo Menor interpretou que o pão é: comida, bebida, vestimenta, casa e lar, campos, vizinhos fiéis, bons amigos, saúde, sucesso no trabalho, bons governantes, convívio em paz, que Deus nos preserve de temporais, incêndios, veneno, guerra, terra de carestia. O Pão da vida está relacionado a questões sociais, econômicas, políticas e culturais, a manter e promover vida digna a toda e qualquer pessoas.

Também, podemos refletir sobre o Pão da Vida na relação entre necessidade e satisfação. Necessidade é o indispensável para viver. A satisfação corresponde a saciar um apetite ou um desejo, satisfazer exigências ou expectativas, que quando são atendidas trazem um bem-estar, prazer e felicidade. Necessariamente a satisfação não está relacionada à necessidade, pois percebemos muitas pessoas com condições sociais boas e adequadas, mas com insatisfação e infelicidade. Além disso, vivemos uma realidade de estrema dificuldades, desemprego e empobrecimento, em que 40% da população vive abaixo da linha da pobreza. Pessoas que vivem de forma indigna e injusta sem ter condições de alimentar-se adequadamente.

O texto Bíblico do Pão da Vida, está no contexto da multiplicação do Pães. Um exemplo de colaboração, partilha e fé. Ações que Jesus fez para trazer paz e justiça, condições de vida digna. Assim, ele nos traz uma mensagem de esperança para viver a fé em Cristo que é nosso alimento verdadeiro, nos aproximando de Deus e presenteando com a vida eterna.

No texto bíblico, Jesus se identifica com os elementos que oferece, ele se torna a água que nos sacia, mata nossa sede, refresca o nosso cansaço e desânimo, mas também, nos envolve no Batismo nos trazendo a confiança que pertencemos a Deus, e somos pessoas convidadas a viver com esse Deus que age em amor, graça e cuidado, como um Pai Amoroso e Protetor. Igualmente se torna o pão que partilhou, e que ofereceu na Ceia como memória da sua presença entre nós. Como meio de viver e partilharmos o que somos e temos com Ele e com a comunidade que se reúne no altar.

Uma mensagem maravilhosa de consolo e esperança, mas que foi questionada e recebeu duras críticas e murmurações das pessoas que ouviram a mensagem. Como assim, Jesus se oferece como alimento? Pois as pessoas ouvintes tinham alimento e conheciam Jesus. Como assim, você trará a salvação e nos aproximara de Deus? Pois conheciam sua família e a sua história.

Jesus traz uma mensagem de esperança e transformação, uma boa e nova notícia sobre o amor de Deus, mas as pessoas não entenderam este presente gracioso, porque estavam envolvidas nos seus méritos, boas obras, em ameaçar e condenar,  propagando medo e o castigo de Deus. Assim, desdenharam e criticaram ao invés de mudar, acolher, alimentar-se e esperançar.

As pessoas ouvintes da mensagem de Jesus não entenderam e desdenharam o Pão da vida… Podemos olhar para nosso contexto e realidade, para nossa vida como pessoas que seguem e testemunham Jesus, que foram batizadas, que ouvem sua palavra e celebram a Ceia do Senhor. Será que nós entendemos a mensagem do Pão da vida e estamos vivendo ela cotidianamente?

Jesus nos convida a não buscar sistemas e fórmulas de autosatisfação, autosuficiência e justificação, de viver uma felicidade fácil, que procuram entreter e distrair nossa vida, mas não geram dignidade e paz. Ele nos convida a novidade de romper a exclusão, o egoísmo, a injustiça, este sistema que gera morte, pobreza e fome. Porquanto se Jesus é o Pão da Vida que nos sacia e refresca, porque em nosso País que é majoritariamente cristão, existem tantas pessoas passando fome, tantas pessoas desiludidas, desanimadas, com medo e vivendo em profunda injustiça?

E diante desta realidade, qual é o nosso papel como comunidade de Jesus, como parte neste corpo e nesta mesa de amor, partilha e fé?

Jesus como pão da vida destaca que Ele nos leva a Deus, que age como um Pai Amoroso e cuidadoso. Com isso, somos irmãos e irmãs, e não precisamos viver com ódio, violência, exclusão e intolerância, mas viver em relações de colaboração, cuidado e fraternidade. Relações que reflitam o amor de Deus e a graça de Deus na forma de vivermos e agirmos como pessoas que seguem Jesus e vivem em comunidade.

E novamente, podemos refletir, qual é o reflexo, o exemplo que temos deixado como pessoas que seguem a Cristo, que se reúnem em comunhão? Estamos saciando e aliviando as dores do mundo, refrescando e conciliando as relações, transformando e mudando sistemas de morte, ódios, violência e fome?

Como pessoas seguidoras de Jesus, que se reúnem em comunidade somos convidas a viver o Batismo acolhendo e incluindo, sendo instrumento de graça, esperança e salvação onde estamos e com as pessoas que convivemos. Além disso, somos convidadas a olhar para as realidades de fome, medo e injustiça, olhar para nossos irmãos e irmãs que não conseguem viver em dignidade e paz. E desta força, não conseguem viver a mensagem do Evangelho da graça, não conseguem viver e sentir o Deus de amor e cuidado, pois suas vidas é tristeza, injustiça, desesperança e desgraça.

Ser testemunha do Pão da vida, necessariamente não é terminar com a fome do mundo, com os sistemas de injustiça, com todo o ódio e violência, mas é ter a disposição e o compromisso para que a nossa vida de fé faça diferença, que por onde passarmos, as pegadas e os sinais da mensagem de Jesus trarão dignidade e paz.

Assim, pense em ações concretas e gestos que podem saciar a fome, diminuir a injustiça, trazer esperança onde você viver e sua comunidade atua. Qual é o reflexo do Deus amoroso, cuidador e protetor que você e sua comunidade têm deixado?

Que Deus nos abençoe e encoraje a ser alimento onde tiver fome, ser acolhimento onde tiver abandono, ser perdão onde tiver ódio, ser esperança onde tiver desilusão, ser paz onde impera a violência e ser dignidade onde se normaliza a injustiça.

Pois somos pessoas testemunhas e seguidoras daquele que sacia a fome, a sede e nos presenteiam com a salvação. Que a boa noticia nos envolva e encoraje a esperançar…

P.Olmiro Ribeiro Junior

Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Brasilien)

secretaria.ac@ieclb.org.br

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