Mateus 2,1–12

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Manifestação do Senhor: Epifania | 06.01.2025 | Mateus 2,1-12 | Cristina Scherer |

Nesse domingo muitas comunidades celebram a Epifania = manifestação do Senhor, festa que tradicionalmente se festeja no dia 06 e o nosso povo chama „festa dos reis magos“. É a mais antiga celebração do Natal. Existia como festa antes de haver a do dia 25 de dezembro.

Ao contar essa visita dos magos a Jesus Menino, o evangelho efatiza que Jesus se abre aos outros povos e culturas. Com esse texto bíblico o evangelho associa culturas e religiões diferentes na busca de Deus. Astrólogos de outras tradições espirituais reconhecem Jesus, recém-nascido como “Rei dos Judeus” e, assim se abrem ao reino de Deus.

Este texto começa dizendo: “Quando Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos tempos do rei Herodes…”. Assim, situa o nascimento de Jesus em uma pequena cidade do sul da Judéia, fora do centro e das cidades importantes. Para confirmar esta tradição, Mateus se apóia em um texto do profeta Miquéias que liga Belém com a casa de Davi. O rei Herodes é apresentado neste texto como uma espécie de novo faraó. De fato, ele foi um estrangeiro que se tornou governante da Palestina para os romanos e ganhou do Império o título de rei.

A tradição cristã popular criou a tradição de que os magos eram reis e santos. Fala que eram três. Deu até nome a eles: Baltasar, Gaspar e Melquior. O evangelho não fala nada sobre isso. Diz apenas que eles gostavam das estrelas e vieram de longe, do oriente, atrás de uma estrela e em busca do Rei dos judeus que acabara de nascer neste mundo. Eram astrólogos. Sabiam interpretar o sinal das estrelas.

Por meio desta festa da Epifania e deste texto bíblico podemos nos perguntar como anda a radicalidade, a centralidade que deveria ter em nossa vida a busca de Deus e acomunhao com o próximo.

Ao iniciar o ano de 2025, nos reunimos como comunidade e pedimos a Deus a graça dele nos colocar de novo no caminho dessa busca, estando abertos ao que vier, sendo capazes de mudar, de evoluir, de ir mais adiante.

O que podemos aprender por meio dos reis magos hoje:

Eram diversos na maneira de pensar e crer, a diversidade lhes uniu num objetivo: visitar o menino nascido em Belém.

Tinham conhecimento e deixaram-se guiar por eles. Assim também podemos nos deixar pelo conhecimento que liberta, edifica, constroi e une pessoas e povos hoje.

Tinham bens e queriam partilhá-los! Hoje somos desafiados pela Palavra de Deus a não reter tudo apenas para si, de que serve a vida se nao for dom e partilha, como por exemplo a partiha de nosso tempo, convivência, bens, dons… pois, afinal,  tudo o que temos e somos provém de Deus.

Tinham coragem e humildade, forma pedir ajuda e  falaram com Herodes, representante político e do poder da época.

Tinham abertura para deixar-se guiar por Deus, pela estrela, por isso foram por outro caminho….

Os magos nos convidam a abrirmos nosso olhar e nossas mentes, a fim de não deixar-nos enganar pelas mentiras dos poderosos através da mídia e, como eles, buscar caminhos alternativos para garantir a vida do rei que vem do meio do povo.

Os magos andaram juntos. Poderiam ter se dividido e cada um ter escolhido um caminho, mas talvez soubessem que juntos eram mais fortes, juntos poderiam mais, juntos, poderiam se ajudar e manter-se fiel ao objetivo de ver o Menino nascido em Belém. E assim o fizeram, juntos, como três, se mantiveram fieis na caminhada e nao se deixaram desviar pelas vozes dos opressores. Deus se revela o mundo com deus triuno, Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Duas ou mais pessoas formam uma comunidade. Que os momentos de comunhão nos mantenham firmes e fiéis a Deus e a seu propósito de paz, justiça e amor neste mundo.

Eles caminharam porque foram guiados por um sinal, tiveram paciência e souberam observar os sinais de Deus.  Que sinais nós precisamos e podemos observar hoje ao nosso redor? Sinias que Deus nos envia e desejam ser sinais de vida e salvação para nós hoje?

E nao por último, eles vivenciaram uma extrema alegria:

“Mas, quando viram a estrela, regozijaram-se com grande alegria”. Mateus 2.10.

Há alguns dias vi uma frase numa postagem nas mídias sociais que dizia: “A alegria é revolucinária”. Frase tao simples porém tao potente.

Sim, manter-se alegre em tempos difícies, é a revolução,  alegria transforma. A alegria contagia, a alegria move pessoas, a alegria mantén-nos vivos e ativos.

Qual é o motivo da sua alegria hoje? O que te faz realmente feliz?

Que voce tenha muitas alegrias ao longo deste ano que se inicia e que você possa manter-se revolucinário em meio ao caos, guerras, em meio aos poderes que querem nos impedir de visitar o menino Deus que vem ao nosso encontro, em meio a tantos caminhos que desejam nos afastar de Deus e de seu encotro conosco. Não esqeçamos que ele veio ao mundo pra ser o Deus conosco, Deus Emanuel, Deus comigo, contigo, conosco. Deus que é partilha e amor.

Por fim, conto uma história sobre ser uma luz no mundo:

“Um homem da aldeia de Neguá, na costa da Colômbia, teve permissão para subir ao céu.

Quando ele voltou, começou a falar. Disse que tinha visto a vida das pessoas lá de cima. E disse que éramos um mar de pequenas luzes.

“Esse é o mundo”, disse ele. Um monte de gente, um mar de luzinhas‘.

Cada pessoa brilha com sua própria luz. Não há duas luzes iguais. Há luzes grandes e pequenas e luzes de todas as cores. Há pessoas com uma luz calma que nenhuma rajada de vento faz tremular, e aquelas com luzes que brilham como loucas. Há luzes, luzes bobas que não brilham nem esquentam; mas outras fazem a vida brilhar com tanto fervor que não se pode olhar para elas sem se arrepiar, e qualquer um que se aproxime demais delas pega fogo.”

De: Eduardo Galeano – (O Livro dos Abraços).

Nelson Mandela diz: “Todo ser humano está destinado a brilhar!”

Que a luz de Deus brilhe em nós por meio da criança da manjedoura! Amém!


Pn. Cristina Scherer