Jemand formt mit seinen zwei Händen ein Herz.

Efésios 4.25-5.2

· by predigten · in 10) Epheser / Ephesians, 12. So. n. Trinitatis, Beitragende, Bibel, Current (int.), Kapitel 04 / Chapter 04, Kasus, Neues Testament, Português, Predigten / Sermons, Werner Kiefer

PRÉDICA PARA O 12° DOMINGO APÓS PENTECOSTES | 11.08.2024 | Efésios 4.25-5.2 | Werner Kiefer |

Prezada comunidade de Jesus Cristo!

Leitura do texto: Efésios 4.25–5.2

Expectativas, quem não as tem? Estão presentes naquilo que almejamos ser e ter, inclusive na relação com os nossos filhos(as).

Viver com expectativas pode ser interessante tal qual o agricultor que semeia e espera colher muitos grãos. Ao mesmo tempo, viver focado nas expectativas pode ser algo bem decepcionante. Não era isto o que esperava. Não temos controle das situações.

Paulo, autor da nossa carta que escreve a sua comunidade, mesmo estando na prisão, algumas recomendações do que espera da comunidade. Ela está em formação. Membros estão se integrando, vindos do mundo com as suas várias crenças e compreensões religiosas. Há expectativas que estes sigam aquilo que a fé cristã vem despertar em nossos corações. Sejamos coerentes com a fé em Cristo, que nos coloca num novo patamar: Somos novas criaturas, resgatados pela morte e ressurreição de Jesus Cristo. Novas criaturas somos. Isto parece ser óbvio, que assim seja; tenha-se doravante uma ética pautada nos ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo.

Eis a questão, o óbvio será sempre tão óbvio assim e que não precisa ser mais dito, pregado?  Esta não foi atitude assumida pelo pastor desta comunidade. Há questões decorrentes da fé cristã, condutas que se espera dos membros da Igreja. Paulo escreve para tanto, algumas recomendações esperadas na vida dos filhos e filhas de Deus. Faz isto num jeito bem carinhoso.

Veja: Nos tempos idos, lá e cá mentiram, tiveram momentos de raiva; também sei que houve até situações de roubo, insultos, disseram  palavras que fizeram mal aos outros. Certamente Paulo acrescentaria, pensando em nossos dias: não espalhem inverdades pelas mídias digitais.

Paulo lida com uma questão bem óbvia, expectativas esperadas quanto aos efeitos da fé cristã na comunidade. Nem por isso, deixa de pregar aquilo que deveria estar já presente em nossas vidas: vida pautada no amor ao próximo e a si mesmo. Isto faz lembrar qu como pais, devemos dizer o óbvio que nem sempre é tão óbvio assim: Não mintam, não roubem, não insultem os seus colegas… A maioria dos tropeços em nossas vidas inicia em questões bem óbvias e, que parecem não serem tão óbvias.

Há uma expectativa transformadora, terapêutica da fé. Esta nos liberta, reconstrói, ressignifica a nossa existência. O amor de Deus por nós é impactante, envolvente. Onde há fé existe amor, novas atitudes em relação a vida, a toda criação. Esta é a  nossa expectativa. Acontece que vivemos no mundo. Estamos sujeitos ao pecado. Ainda há necessidade da lei, mesmo a conhecendo, precisa ser dita, relembrada: Não mintam, não roubem ….  Ora, se isto não for observado, dito, o corpo de Cristo vai sendo minado, divisões acontecerão, brigas.

Perseverar num bom relacionamento, seja na família, na comunidade faz enorme diferença. Isto dá visibilidade e cria admiração de que verdadeiramente somos luz no mundo, sal da terra.  Nem por isso, estamos livres de cometer bobagens, cair na ignorância de nos afastar de tal forma que venhamos criar murros, divisões em nosso meio.

Conto-lhes a seguinte história:

“Dois irmãos, que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. De repente, tudo havia mudado. Na verdade, a discussão entre os dois começou com um pequeno mal-entendido, e, finalmente, explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu alguém bater à sua porta.

– Estou procurando trabalho, disse a pessoa do lado de fora. Talvez você tenha algum serviço para mim, sou carpinteiro.

– Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, do outro lado do riacho? É do meu vizinho. Na realidade, do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois, use-a para construir uma cerca bem alta. Não quero mais nem vê-lo!

– Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos. O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali medindo, cortando, pregando, trabalhando o dia inteiro. Quando o fazendeiro voltou, não acreditou no que viu: em vez de uma cerca, uma ponte tinha sido construída, ligando as duas margens do riacho. Era um belo trabalho. Mas, o fazendeiro ficou enfurecido e falou:

– Você foi atrevido construindo esta ponte, depois de tudo o que lhe contei sobre o meu desentendimento com meu irmão. Mas, as surpresas não pararam aí. Ao olhar para a ponte, viu seu irmão aproximando-se sorridente e de braços abertos. Por um instante, permaneceu imóvel do seu lado do rio. O irmão mais novo, de longe, falou:

– Você realmente foi muito amigo mandando construir esta ponte, mesmo depois de tudo o que eu lhe disse. De repente, num impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, emocionados, no meio da ponte. E o carpinteiro, que fez o trabalho, partiu com sua caixa de ferramentas”.

O texto que ouvimos no início não fala de construir pontes, mas da praticidade ao abraçar a fé crista.  A questão é usar da liberdade dado por Cristo. Fazer diferente, redirecione o tempo para construir pontes, reconciliação de tal forma que não venhamos entristecer o espírito de Deus que mora conosco. Todos(as) pecam, o diferente que nem todos(as) se arrependem e buscam e desejam o perdão.

Assim diz no capítulo 5 da nossa carta:

Vocês são filhos queridos de Deus e por isso devem ser como ele. Que a vida de vocês seja dominada pelo amor, assim como Cristo nos amou e deu a sua vida por nós, como uma oferta de perfume agradável e como um sacrifício que agrada a Deus.

Deus toma a iniciativa de nos unir como comunidade. Somos irmãos e irmãs pela fé em Cristo. Somos diferentes uns dos outros, divergimos, nem por isso deixamos de acolher, amar, respeitar.

Há momentos onde as pessoas fazem enormes críticas a comunidade. –Veja, vão todos os domingos aos cultos. Mas no dia a dia, nem sempre vejo a prática do amor nas suas vidas.

-Compreendo, tens razão. Agora se estas pessoas sempre voltam ao culto, apesar de, é porque buscam perdão, a reconciliação. A igreja não é um museu para santos, mas hospital para pecadores(as). Estes(as) sabem que pecam, mesmo não querendo.

A reconciliação, o abraço selando o perdão, sempre será mais saboroso do que alimentar o ódio. Como é bom para os pais verem os seus filhos se reconciliarem, novamente. Bem como estes entre si e com os pais.

Vida em comunidade, em família é um exercício de cuidado, de perdão, reconciliação. Para tanto, o obvio também precisa ser dito Sem estas condutas a família desmorona, a comunidade asfixia a ação do Espírito Santo, entristecendo a Deus.

 “A saída para a maior parte dos problemas passa pela capacidade de nos deixar amar e de amarmos, cooperando na construção de pontes que possibilitem que nos olhemos nos olhos, nos digamos a verdade com amor e troquemos um abraço” (Osmar Witt)

Voltando à pergunta inicial: Qual é a expectativa que esperamos de nossos filhos(as)? Diria, não espere. Ter expectativas, pode ser tremendamente frustrante. Antes de tudo, semeie muito amor, tenha cuidado para exercitar uma relação de acolhimento, independente de fracassos e decepções. Exercite o diálogo constante, reúna-os para  momento de comunhão em torno da mesa, vá com eles ao culto, ore com eles e por eles. Não pense em fazer algo para eles, faça com eles. Saiba dizer não. Não esqueça, você é pai. Amigos, terão muitos, pai e mãe somente um, uma. Caso esta autoridade se perca, outros de forma estranha assumirão este papel. Por isso antes de ter expectativas, cultive o amor. Deus em Cristo não alimentou expectativas, mas nos amou incondicionalmente. Amar também é dizer, repetir o óbvio.

Família, comunidade, lindo jardim que precisa ser cultivado de forma constante. Caso contrário não reconheceremos mais as flores semeadas, plantadas. Semear, cultivar de forma consciente, eis a questão.

E a paz de Deus que é maior do que a nossa capacidade de compreensão, guarde nossas mentes e corações em Cristo Jesus. Amém.

P. Werner Kiefer

Ivoti – Rio Grande do Sul (Brasilien)

pwkiefer@hotmail.com