10º DOM. AP. PENTECOSTES

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10º DOM. AP. PENTECOSTES

PRÉDICA PARA o  10º DOMINGO APÓS PENTECOSTES | 01.08-.2021 | Êxodo 16. 2-4, 9-15 | Nádia Mara Dal Castel de Oliveira |

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” 2 Coríntios 13.13. Amém.

Querida comunidade!

“Eu tenho ouvido as reclamações dos israelitas. Diga-lhes que hoje à tarde, antes de escurecer, eles comerão carne. E amanhã de manhã comerão pão à vontade. Aí ficarão sabendo que eu, o Senhor, sou o Deus deles” (Êxodo 16.12).

O que buscamos ao nos aproximar de Deus?! Tenho certeza que grande parte de nós nos alimentamos com o pão diário, que alimenta nossos corpos – fruto de nosso trabalho, graça de Deus. Alimento que Deus não deixa faltar em nossa mesa, em nosso lar… Então, qual é nossa fome, ou sede? Você tem fome de quê, você tem sede de quê? Que fome queremos saciar ao buscarmos a palavra de Deus?

Sempre tivemos fome e sede.

No Antigo Testamento, o povo já havia saciado a fome por liberdade, pois Deus, através de Moisés, já havia libertado o povo da escravidão no Egito. Porém o povo, com fome e passando necessidade, reclamou que no Egito ao menos pão para saciar a fome do corpo: carne, comida, tinham quando estava na escravidão.

No deserto, embora libertos, passavam fome e sede.

Deus, novamente escuta a reclamação e o clamor e sacia a fome do corpo daquele povo. Deus ouve a reclamação injusta de seu povo.

No Novo Testamento, Jesus havia alimentado a multidão, primeiro saciando e se preocupando com a fome do corpo, pois a multidão que seguia Jesus era carente e pobre. Além de ter saciado a multidão Jesus ensinava, curava e lhes falava tantas coisas.

Aquela multidão estava concentrada apenas no pão que alimenta o corpo, e não no pão que alimenta a vida. É por isso que Jesus disse: “Vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres” (João 6.26).

Querida comunidade, Jesus revela que existem dois tipos de fome. A do corpo e a fome do espírito. E vejam bem, ambas é Deus quem sacia. É Deus quem nos oportuniza o pão nosso de cada dia. É quem se dá como alimento.

Existe muita fome: fome por esperança e por sentido de nossa existência como pessoas neste mundo; fome por liberdade, mas não a liberdade para fazer o que se quer e quando se quer. Liberdade das situações que amarram e ferem nosso espírito, como a opressão, a violência, a ansiedade, o medo, a desesperança… essas situações nos prendem, nos tiram a liberdade de uma vida feliz, em paz…

Para saciar estas fomes, comida e bebida não resolvem. Falamos então de uma condição que iguala todas as pessoas. E é aqui que podemos entender Jesus como o pão da vida. Jesus vem ser o alimento para a fome que o mundo não pode saciar. Fome nem que riqueza, nem conforto, podem saciar. Muitas vezes, aos nossos olhos, a vida por si só não tem solução. Mas tudo faz sentido, quando com os olhos da fé, entregamos nossa esperança e sentido de vida em Deus.

Tenho a impressão de que em nosso tempo a fome por Deus é tanta, que assusta. Mesmo entre nós, que participamos da vida em comunidade e estamos quase sempre recebendo e partilhando do pão da vida que é Jesus Cristo. Daí fico pensando, nós também ainda não entendemos a mensagem de Deus. E nós ainda reclamamos…

Quando o sofrimento nos é demais, quando algo de ruim acontece em nossa vida, costumamos culpar Deus  pela miséria ou desgraça que nos assola, assim como o povo que estava sendo guiado para a terra prometida, ao invés de buscar Nele o alimento para passar por aquilo que está nos afligindo. E assim, nossa fome aumenta ainda mais.

Deus nos deu a liberdade, nos tirou da escravidão. Somos pessoas libertas, não escravas. Mas nem sempre sabemos o que fazer com a liberdade concedida. Aliás, como humanidade liberta, temos agido muito injustamente com as demais pessoas e com a criação.

Ao nos preocuparmos apenas com a nossa mesa farta de pão, de conforto e comodidades que este mundo pós moderno nos oportuniza, acabamos esquecendo de partilhar nosso pão e conforto.

Ainda pior que isso, esquecemos de alimentar nosso espírito. Esquecemos de Deus. Esquecemos que carecemos de acolhida, de perdão. Que necessitamos de comunhão e solidariedade. Esquecemos que, mesmo com tanta tecnologia a nossa disposição, somos sempre, co-dependentes uns dos outros, umas das outras. Estamos esquecendo de nossa própria humanidade.

Na verdade, fizemos da liberdade concedida por Deus, um prêmio pessoal e agimos de forma egoísta. Liberdade é algo presenteado por Deus para a coletividade, para fazer o bem a todas as pessoas.

Como é bom saber que Deus não se cansa de se doar como nosso alimento! Como é bom saber que Nele podemos saciar todo tipo de fome e sede. Precisamos do pão da vida! Vamos, pois nos alimentar dele. Ele está aí, para nos saciar e encorajar. Alimentados e alimentadas com o pão da vida nos tornamos pessoas mais solidárias, mais acolhedoras, mais seguras, mais humildes. O pão da vida faz com que nossa aparente fraqueza se transforme num forte testemunho de força e humanidade.

Para nossa fome de conhecimento, Deus disse: eu te criei a minha imagem e semelhança. És meu filho e minha filha.

Para nossa fome de descanso e sobrecarga, Jesus disse: Vinde a mim os que estão cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.

Para nossa fome de direção, Jesus disse: eu sou o caminho, a verdade e a vida.

Para nossa fome de oportunidade ou saída, Jesus se coloca como a porta. Mesmo que estreita, está aberta e nutre esperança.

Para nossa escuridão e cegueira, Jesus é a luz do mundo.

Quando tudo parece nos preocupar, Jesus nos diz não se preocupem com o comer ou beber. A cada dia basta a sua preocupação.

Quando estamos com fome e desespero, sem esperança, Jesus diz: pedi e dar-se-vos-a, buscai e achareis, batei e vos será aberto.

E quando o medo parecer estar nos devorando por completo, lembremos que nosso Senhor disse: “Não tenham medo” e “Eu estarei com vocês até o fim dos tempos”.

Ainda temos fome e sede? Certamente que sim. Mas já sabemos que alimento precisamos e em quem buscar.

 

“…A paz de Deus,  que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus”. (Filipenses 4.7)  . Amém.

Diácona Nádia Mara Dal Castel de Oliveira.

Chapecó – Santa Catarina (Brasilien)

nadiadalcastel@hotmail.com

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