Isaías 61.1-4,8-11

Home / Bibel / Altes Testament / 23) Jesaja / Isaiah / Isaías 61.1-4,8-11
Isaías 61.1-4,8-11

PRÉDICA PARA O 3º DOMINGO DE ADVENTO | 17.12.2023 | Isaías 61.1-4,8-11 | Paulo Sérgio Einsfeld |

Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo esteja contigo e comigo nessa hora.  Amém.

O tempo de Advento é tempo de recomeços, de novos inícios nas relações com pessoas e na relação com Deus. Advento é tempo de reconstrução de tudo que durante o ano foi se desgastando. Advento é tempo de preparação para a vinda de Jesus. Advento, é, acima de tudo, tempo de renovação da esperança!

Dito isso, percebemos que as palavras acima soam desconectadas de nossos tempos difíceis, amargos e confusos. Sim, o novo ânimo e a nova esperança do Advento e Natal caem como pingos de água fria na pedra quente, especialmente nesses dias finais de 2023.

Não preciso dizer muito sobre as guerras e conflitos estúpidos que agonizaram pessoas e a criação durante esse ano. E os eventos climáticos?  Sua família talvez foi atingida por um desses eventos que arrasou estradas, lavouras, casas e desalojou incontáveis famílias.

Como celebrar Advento e Natal com novo ânimo? Como celebrar a bondade de Deus nessas situações?

O povo de Deus no tempo de Isaías certamente tinha perguntas semelhantes. Os israelitas tinham voltado do exílio na Babilônia. Mas encontraram a cidade e o campo ainda arrasados. Faltavam novas forças para reconstruir as ruínas. A situação social e econômica era desfavorável às pessoas pobres e desamparadas.  A falta de justiça e de honestidade eram marcantes.

No meio dessa situação, que se parece com nossos dias, Deus convoca o profeta Isaias a ser mensageiro de boas notícias, mensageiro da Esperança e da Alegria, mensageiro de uma nova situação que somente o Senhor Deus poderia criar.

Vamos ouvir ou ler Isaías 61.1-4.8-11.

Prezada Comunidade!  Advento é tempo de novos começos! A Palavra de Deus gera esses movimentos para recomeçar, reconstruir, renovar as esperanças. E por ser inspirada por Deus, a Palavra do tempo de Isaías não ficou presa naquela situação histórica, mas ultrapassou geografias e períodos históricos. As pessoas cristãs leram o livro do profeta Isaías e perceberam que muitos versículos que falavam da vinda do Messias apontavam diretamente para Jesus de Nazaré.

O próprio Jesus, e sua mãe Maria, devem ter lido e orado as palavras de nosso texto.

Maria de Nazaré, no seu cântico registrado em Lc 1 46-55, começa louvando a Deus: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque atentou na humildade de sua serva! ”

Que feliz coincidência com Is 61.10: “Tenho grande alegria no Senhor! A minha alma se alegra no meu Deus, porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça!”

Maria, ainda como futura mãe do Salvador, e Paulo, o apóstolo e missionário falam de uma alegria “no Senhor”, que não tem sua origem em festividades e motivações humanas. Falam de uma Alegria que adversidades e catástrofes não podem roubar! A prisão não roubou a alegria de Paulo que não cansa de pedir aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Outra vez digo: Alegrai-vos! ”  (Fp 4.4). Não, não quero ser leviano e insensível às dores desse mundo e do nosso tempo. Mas parece que ficamos choramingando por pouca coisa. E esquecemos da bondade de Deus que acompanha seus servos e servas de hoje e de ontem tal qual Maria e José, ou João Batista, o precursor de tudo.  Esquecemos do Deus criador de novos inícios, dos recomeços aos quais Ele nos empurra de forma amorosa, mas também com firmeza para assumirmos os desafios diaconais em nossos dias.

Novos começos, Jesus Cristo, o jovem galileu, fez a partir das palavras de Isaías 61. Novamente o evangelista Lucas é quem registra a pregação inicial na sinagoga de Nazaré. Jesus pede ao assistente da liturgia o livro para a leitura no sábado. Deram-lhe o rolo contendo Isaías. Jesus cuidadosamente procura nosso texto e lê as palavras com as quais de identifica: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos e proclamar o ano aceitável do Senhor. ” (Lc 4.18-20)

Jesus assume o papel desse personagem citado em tempos antigos. Não só se identifica com ele, como assume essas palavras como seu plano de ação, como metas e propósitos do seu ministério. Jesus Cristo, desde seus inícios, está ao lado das pessoas desprezadas por esse mundo, de todas que estão à margem da vida, ou assim se sentem. Cristo veio para libertar os presos e algemados de todos os tipos. Também quando somos prisioneiros do desânimo, da tristeza, da desesperança.

Que Deus abençoe teus recomeços nesse tempo natalino! Desejo que Deus conceda a você e sua gente os presentes especiais do “perfume da alegria”, “ “das vestes de salvação”, do “manto de justiça”, dos “turbantes e das finas joias”. Que bela lista de presentes de Natal!  Poderíamos nos inspirar neles ao comprarmos algo para nossos queridos.

Nós sabemos que essa lista só será completa na eternidade nos céus.  Deus o anunciou pela boca de Isaías. Deus cumpriu as promessas em grande medida em Jesus e no seu modo de agir e falar. E Deus as cumprirá plenamente no segundo Advento, no retorno de Cristo.  Apocalipse fala das Bodas do Cordeiro, da festa de Casamento de Cristo, o noivo com os que lhe foram fieis nesse mundo.  (Ap 19). Nosso texto fala de que naquele dia, cobertos com as roupas da salvação e com o manto da justiça, o novo povo de Deus será tão alegre e feliz como o noivo com seu turbante e a noiva com suas finas joias.

Nisso confiamos! Aqui está nossa maior Esperança! Daqui brota verdadeira Alegria! E estamos em boa companhia, desde Isaías, passando por Maria, pelo próprio Cristo, e pelo povo de Deus de todos os tempos. Amém.

Paulo Sérgio Einsfeld

Nova Petrópolis – Rio Grande do Sul (Brasilien)

peinsfeld76@gmail.com

de_DEDeutsch