Jeremias 1.4-10

Jeremias 1.4-10

PRÉDICA PARA O 4º DOM INGO APÓS EPIFANIA – 30 de janeiro de 2022 | Texto bíblico:  Jeremias 1.4-10 | Günter Karl Fritz Wehrmann |

Graça e paz estejam conosco da parte daquele que era, que é e virá. Amém!

Estimados irmãos e estimadas irmãs em Cristo!

Vocês e eu somos vocacionados por Deus para sermos uma bênção em todo lugar onde Deus nos coloca. Desta vocação trataram as leituras bíblicas de Lc 4 e 1ª Co 13, que já ouvimos. Deste mesmo assunto o texto de Jr 1.4-10, previsto para a prédica, também nos apresenta aspectos importantes. Ouçamos, pois, o que está escrito.

Leitura de Jeremias 1.4-10

Oremos: Senhor,  faze-nos ouvir e entender, de coração, o que tu nos tens a dizer. Amém.

A situação, em que Jeremias se encontrava, era muito sofrida: O país estava ocupado pelo poder estrangeiro da Babilônia. Este havia derrubado o templo e levado preso muita gente, inclusive Jeremias. Esta situação não passou despercebida aos olhos de Deus. Por isso chamou Jeremias para lhe servir de profeta que anuncia a vontade de Deus. Mas Jeremias se assustou diante de tamanha tarefa. Apresentou desculpas como: “não sei falar, porque não passo de uma criança”. Deus, porém, o animou, dizendo: “não tenha medo de ninguém porque estou com você para livrá-lo;  … eis que ponho minhas palavras na sua boca; … eu o constituo sobre as nações e sobre os reinos para arrancar e derrubar, destruir e arruinar, ou seja, para promover o  juízo,  e também  para edificar e plantar, ou seja, para  promover a esperança e a graça”.

Jeremias aceitou o desafio, certamente com temor e tremor. Ele denunciava as injustiças e anunciava a vontade de Deus. Pois Deus quer que seu povo e seus líderes políticos e religiosos promovam vida digna para tudo e todos, especialmente onde ela mais falta. A missão de Jeremias nem sempre foi aplaudida mas muitas vezes rejeitada. Jeremias teve que sofrer perseguição e prisão. Contudo, Deus o guardou e sustentou até o fim.

Deus chamou ainda muitos outros profetas para a mesma missão. Mas a situação de injustiça não mudou. Finalmente, Deus mesmo teve que vir a esse mundo perdido. Enviou seu próprio filho Jesus. Este saciou famintos; curou doentes; ressuscitou o filho único de uma viúva; perdoou uma mulher adúltera que , segundo a lei vigente, mereceria apedrejamento. Deste modo, bem concreto e palpável, irromperam sinais de justiça, paz e amor. Apesar disso, Jesus não foi aplaudido, mas foi rejeitado e crucificado. Contudo, Deus o sustentou na morte e o ressuscitou no terceiro dia, com novo corpo que não mais morre. Deus o fez subir ao céu e lhe deu lugar à sua direita. De lá Cristo reina e intercede pelos seus, para que sua fé não fraqueje, mas seja atuante na promoção de justiça, paz, esperança e amor.

Disso o apóstolo Paulo deu testemunho, como vimos na leitura de 1ª Coríntios, capítulo 13. Paulo experimentou em sua própria vida que toda vida religiosa era inútil enquanto não fosse originada pelo amor de Deus, revelada em Jesus Cristo. Esse reconhecimento mudou a sua vida por completo. Agora ele dedicou toda a sua vida à pregação do Evangelho de Jesus Cristo, em todo mundo judaico, grego e romano. Esse serviço de missionário lhe trouxe não só

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aplausos, mas sobretudo rejeição, perseguição e prisão. Mas o Cristo ressurreto manteve sua promessa de estar do lado dos seus, sustentando e fortalecendo-os nesta vida – até o fim; isto significa até o alvo bem aventurado. Em relação àquele alvo Paulo fala que “agora vemos como num espelho, de forma obscura; depois veremos face a face. Agora meu conhecimento é incompleto; depois conhecerei como também sou conhecido”.  O próprio Cristo fala a seus discípulos, no sermão de despedida, segundo João 16.22-23: “Agora vocês estão tristes. Mas eu os verei outra vez, e o coração de vocês ficará cheio de alegria, e ninguém poderá tirar essa alegria de vocês. Naquele dia vocês não me perguntarão nada.” Pois teremos a resposta até para a última pergunta.

Enquanto estivermos aqui, nesta vida passageira, vamos nos deixar inspirar por aquela esperança que Cristo colocou no coração dos seus, através do Espírito Santo, já no nosso Batismo. Desde então Deus nos adotou como filhas e filhos seus. Eis o milagre da fé em Cristo: Esta fé nos agracia com a esperança que é oriunda da eternidade e para ela aponta. Esta fé atua pelo amor, amor não apenas sentimental ou em meras palavras, mas amor concreto, atuante e palpável. Paulo conclui o texto sobre o amor dizendo: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior deles é o amor”.

Por isso, queridas irmãs e queridos irmãos em Cristo, vivenciemos este amor em paz e justiça, no dia a dia de nossa vida, seja onde estivermos: seja-o na reconciliação entre o casal, pois os que se amam vivem do perdão; seja no relacionamento de respeito mútuo com os filhos e as filhas em casa; seja na escola ajudando colegas menos dotados; seja no lugar de trabalho ajudando colegas mais fracos; seja ajudando na campanha da cesta básica; seja votando na eleição conscientemente sem polarização; … Esses são apenas alguns exemplos que querem ilustrar como podemos fazer jus à nossa vocação de promover justiça, paz e amor.

Assim Deus nos abençoe e nos torne instrumentos de sua bênção. Amém

P. Günter Karl Fritz Wehrmann

Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Brasilien)

GE.wehrmann@hotmail.com

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