Lucas 14.1,7-14

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Lucas 14.1,7-14

Prédica para o 12. Domingo após Pentecostes | 28 de agosto de 2022 | Texto bíblico: Lucas 14.1,7-14 | Leituras: Salmo 112 e Hebreus 13.1-8,15-16 | Cristiano Ritzmann |

 

Quem se humilha, será engrandecido!

Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus o Pai e a comunhão do Espírito Santo esteja com todos e todas!

Amados irmãos, amadas irmãs, o versículo 1 de nosso texto revela com clareza o contexto em que a Parábola dos Primeiros Lugares foi contada. Tratava-se de um sábado, um dia em que os judeus costumavam realizar uma importante ceia. Um dos principais dos fariseus havia convidado Jesus para uma dessa refeições. Era comum que vários convidados comparecessem nesses banquetes.

Apesar do convite parecer amável, podemos perceber que as intenções daquele anfitrião e seus colegas fariseus não eram as melhores. Eles estavam observando Jesus atentamente, para que pudessem descobrir algum motivo para apresentar uma acusação contra ele.

Os versículos que se seguem (2-6), mostram Jesus curando um homem hidrópico (pessoa que sofre de inchaço, retenção de líquido) em meio a uma discussão sobre a legitimidade de curar um doente no sábado. Talvez os próprios religiosos o colocaram ali como um tipo de armadilha na qual esperavam que Jesus caísse.

Após o milagre, os religiosos que ficaram calados e Jesus agora começa a reparar na forma com que os convidados daquela ceia estavam escolhendo os lugares em volta da mesa. Naquela época, na sala onde se celebrava a ceia, havia uma mesa baixa cercada de divãs que tinham a capacidade de acomodar três pessoas. Esses divãs eram colocados em forma de um “U” ao redor da mesa que era retangular. Na posição central da mesa, isto é, na cabeceira, ficava a pessoa de maior importância. Ao seu lado esquerdo, ficava a segunda pessoa em importância, e no lado direito a terceira pessoa em importância. Assim, o divã à esquerda da cabeceira da mesa era o segundo em honra, e, depois, vinha o divã da direita, e assim sucessivamente durante toda a extensão da mesa. Essa era uma regra de hierarquia social que orientava os judeus naquela época.

Entretanto, na ceia em que Jesus estava essa regra parecia estar sendo ignorada, e os convidados estavam demonstrando todo egoísmo e orgulho na escolha dos lugares.

Diante daquele clima de soberba e arrogância, Jesus começou a contar a Parábola dos Primeiros Lugares. Na parábola Jesus usa a figura de uma festa de casamento, uma celebração onde as regras deviam ser observadas ainda com mais rigidez. E, Jesus aconselha que em tal festa não é prudente que alguém se apresse em ocupar um lugar de grande honra, pois é possível que o anfitrião tenha convidado uma pessoa ainda mais importante, e, quando tal pessoa chegar na festa, não restará outra alternativa ao anfitrião a não ser pedir para que quem se sentou no lugar que não lhe era destinado que saia e ocupe um lugar inferior. Obviamente essa pessoa ficará muito envergonhada pela humilhação que sua própria soberba lhe criou. Jesus exorta que é muito melhor que a pessoa ocupe primeiramente um lugar inferior, para que, quando o anfitrião chegar, possa convidá-lo a ocupar um lugar de mais importância, sendo este então honrado diante de todos os convidados.

A lição da Parábola dos Primeiros Lugares é bastante clara, e fica expresso na sentença do versículo 11, onde lemos: “Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e aquele que se humilha será exaltado”.

Jesus estava ensinando nessa parábola duas importantes lições para os fariseus e também para nós hoje:

Em primeiro lugar: O ser humano deve agir com humildade (14.7-11).

Não deveria ser uma tarefa difícil para nós cristãos sermos humildes, apesar de sempre termos muito do que nos orgulhar, ainda assim, como cristãos devemos assumir o lugar mais simples sem que alguém nos diga que devemos fazer isso. E isso, especialmente no trabalho da seara do Senhor, diante do Senhor, quando estamos em oração, quando nos reunimos em comunidade, somos chamados e chamadas a servir e a assumir uma postura humilde.

E especialmente diante de Deus, sobre a salvação, não podemos falar a respeito de nossos méritos, pois não temos nenhum e carecemos dos méritos de Cristo. Nosso apelo a Deus deve ser por perdão e misericórdia.

Quando aqui vivemos de forma humilde, vivemos pela promessa de Deus de que seremos exaltados pelo Senhor Jesus Cristo. Seremos exaltados se formos humildes. Para nós, pessoas de fé, o caminho da exaltação é a humildade.

Quando nos despimos de nosso “eu”, somos vestidos com humildade; e essa é a melhor das vestimentas. O Senhor nos exaltará em paz e felicidade de espírito. Ele nos exaltará ao conhecimento de sua vontade e à comunhão consigo mesmo. O Senhor nos exaltará na alegria da justificação e do perdão dos pecados. Deus coloca as suas honras sobre aqueles e aquelas que são capazes de vesti-las, para a glória Dele.

Olhemos para o exemplo de Cristo Jesus, que desceu às profundezas da humilhação e foi elevado à posição máxima de exaltação. Jesus Cristo se esvaziou e se humilhou. Ele não se exaltou, mas foi exaltado pelo Pai. Porque se humilhou até à morte e morte de cruz, o Pai o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo o nome. Não há como exaltar alguém mais do que Jesus foi exaltado.

Em segundo Lugar: O ser humano deve agir pelos motivos certos (14.12-14).

Tudo que fizermos ou dissermos deve ser para honra e glória do Senhor Jesus. Honra e glória ao nosso Deus, devem ser os motivos do nosso agir. Lembrem-se, Jesus Cristo é o Senhor! Diante dele todo joelho deve se prostrar tanto no céu como sobre a terra e também debaixo da terra. Todos e todas precisam se curvar e reconhecer a autoridade suprema de Jesus. Toda língua precisa confessar que ele é Senhor.

Jesus para todo o sempre será exaltado como o Cordeiro que foi morto, mas está vivo pelos séculos dos séculos e tem as chaves da morte e do inferno. Todos os reinos dos povos serão dele. Ele colocará todos os seus inimigos debaixo de seus pés e reinará para sempre. Porém, sua exaltação tem um propósito último, a glória do Pai.

A nossa vida deve se espelhar na vida de Jesus, que viveu humilde e fez tudo para honra e glória do Pai. Aprendamos com Jesus conforme Ele ensina em Mateus 5.16: “Assim a luz de vocês também deve brilhar, para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês que está no céu!”

O ensino bíblico é muito claro de que devemos demonstrar amor não só de palavras, mas de fato e de verdade. Devemos ter atitudes de misericórdia para com os necessitados, e quem entende essa palavra bíblica certamente compreende na prática a verdade que há nas palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: “Há maior felicidade em dar do que em receber”. Atos 20.35.

Amados irmãos, amadas irmãs, quero partilhar com vocês a Oração de São Francisco de Assis que diz: (sugiro projetar para ser lida em conjunto).

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor, onde houver ofensa, que eu leve o perdão, onde houver discórdia, que eu leve a união, onde houver dúvida, que eu leve a fé, onde houver erro, que eu leve a verdade, onde houver desespero, que eu leve a esperança, onde houver tristeza, que eu leve a alegria, onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido, amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna…

Que vivamos em humildade e façamos tudo pelo motivo certo, para honra e glória de Deus! Amém!


P. Me.Cristiano Ritzmann

Joinville – Santa Catarina (Brasilien)

ritzmann_luther@yahoo.com.br

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