2º DOMINGO APÓS NATAL

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2º DOMINGO APÓS NATAL

PRÉDICA PARA O 2º DOMINGO APÓS NATAL – 10 de janeiro de 2021 | Texto bíblico: Gênesis 1. 1-5 | Günter Karl Fritz Wehrmann |

Estimadas irmãos e estimados irmãos em Cristo!

Diga-me de onde você vem e eu lhe digo para onde você vai e lhe digo Adeus.

Adeus significa – a Deus, ou seja, em direção a Deus. Por quê? De Deus viemos e para Ele voltaremos. Eis o primeiro e último sentido de nossa vida.

Do princípio e do fim, ou seja, do alvo fala toda a Bíblia do início até o fim. Ouçamos, pois, o texto da pregação de hoje, o 2º Domingo após Natal (1º Domingo após Epifania), como está escrito em Gênesis 1.1-5.

Leitura

Oremos: Agora, Senhor, faça soprar o teu Espírito vivificador sobre nós, a fim de que consigamos ouvir e enxergar com o coração, em nome de Jesus Cristo. Amém.

Querida comunidade! Com este texto inicia o testemunho de fé do povo Israel. Parte dele foi deportada de sua terra natal pelo poder da Babilônia, a fim de ser escravizado e explorado. Como se não bastasse isso, a desgraça foi justificada pela religião local. A situação de sofrimento foi literalmente de trevas.

Trevas também conhecemos. Basta lembrar que o Covid 19 atacou o mundo inteiro. Mas, lamentavelmente, isso parece estimular pouca solidariedade entre pessoas e nações. Países e pessoas poderosas lutam pelas vacinas, enquanto não faltam pessoas e povos que ignoram a seriedade da situação. É uma calamidade que é justificada de muitas maneiras, como, por exemplo, por esforços científicos, políticos e trabalhadores, em níveis internacionais, nacionais ou mesmo particulares; até justificativas religiosas são alegadas. A situação se assemelha a trevas, ou seja, para falar no linguajar bíblico, “tohu va bohu”. Tudo isso não tem sentido!

Nessa situação desesperadora o nosso texto bíblico abre uma pista: Podemos encontrar sentido de vida, quando perguntamos pelo princípio e o fim de nossa vida e a do mundo. No princípio Deus criou os céus e a terra. Não é por acaso que o mundo está aí e que eu estou vivo. Não somos originados por sol, lua e estrelas, nem por forças evolutivas. Pois Deus criou, através de seu espírito vivificador e sua palavra criadora, os céus e a terra, ou seja, todo o universo, com tudo o que neles há (disso falam os capítulos de Genesis 1-11). Não é por acaso que dentro disso a criação da luz é mencionada em primeiro lugar. Ela era muito boa como as demais obras que se seguiam nos dias seguintes. E não é acaso que, conforme o testemunho de Gênesis 1.1- 2.4, tudo foi criado em seis dias e no sétimo Deus descansou de sua obra. Por isso toda a exploração de mão de obra, seja ela lá no tempo do exílio na Babilônia ou hoje em nossos contextos de dependência e exploração em níveis nacionais e internacionais, é contra a vontade de Deus criador e, por conseguinte, contra o nosso destino. Conforme Gênesis 2.15, nossa missão é “cultivar e guardar” a boa criação de Deus, ou seja, administrar e promover a vida em todos os níveis.

Dessa missão as duas leituras bíblicas nos fornecem elementos importantes:

Marcus 1.4-11 fala do Batismo de Jesus através de João Batista. Quando Jesus saiu da água batismal desceu sobre ele o Espírito de Deus e ouviu-se a voz divina dizendo: ”Tu és meu filho amado, em ti me agrado”. Deus o declarou como seu filho amado. E o Espírito de Deus fez com que Jesus colocasse sinais concretos do cultivar e promover a vida, sem distinção de classe, religião, cultura e nacionalidade. Ele curou doentes, alimentou famintos e questionou exploradores.  Isso lhe causou não só aplausos, mas lhe trouxe sofrimento e morte de cruz. Contudo, Deus o ressuscitou no terceiro dia e assim o justificou bem como os sinais de nova vida colocados por ele.

Na leitura de Atos 19.1-7 percebemos que aos cristãos de Éfeso, na hora de seu Batismo, foi concedido o Espírito Santo. Por ele foram também feitos filhas e filhos de Deus. O Espírito Santo os motivou e capacitou para a mesma missão de colocar sinais concretos de promoção de vida nova, especialmente para pessoas mais necessitadas. Ele também os fez denunciar os poderes exploradores e escravizadores. Isso os fez também sofrer perseguição e, em alguns casos, lhes causou a morte.

Nós fomos batizados em nome do trino Deus. Assim fomos feitos irmãs e irmãos de Jesus Cristo e também filhas e filhos de Deus. O Espírito Santo nos sensibiliza pelas dores do mundo que pessoas, a natureza e o cosmo sofrem. Ele nos faz colocar sinais concretos da nova vida que Deus quer dar para todos, especialmente para os mais necessitados. Por exemplo, ajudar com cesta básica famílias de desempregados… (aqui podem ser incluídos outros exemplos acessíveis no nível de sua comunidade). Ele nos faz desmascarar os poderes que promovem injustiça, marginalização e exploração. Isso nem sempre nos traz aplausos, mas também nos pode causar sofrimento, seja o isolamento, marginalização ou mesmo perseguição como acontece em determinados países islâmicos ou comunistas.

Mas essa desgraça não nos deve desanimar. Pois a última palavra estará com Deus. No final dos tempos, Deus vai criar novos céus e nova terra, nos quais habitará justiça. Naquele dia, Deus ressuscitará os seus com novo corpo que não mais morrerá. Ele lhes enxugará toda lágrima de seus olhos. E nada mais precisarão perguntar nem temer, porque estarão em casa para sempre. Então enxergarão, de face a face, aquele no qual tinham crido.

Por causa dessa esperança não desanimamos. E o Espírito Santo continua a nos motivar e capacitar para colocar sinais concretos da nova vida; sinais oriundos da eternidade e para ela apontando. Ele nos faz orar com as palavras de Agostinho, teólogo da igreja antiga: “O nosso coração está irrequieto até repousar em ti, Senhor”. Amém.

 

P. Günter Karl Fritz Wehrmann

Nova Tramandaí – Rio Grande do Sul, Brasilien

ge.wehrmann@hotmail.com

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