ÚLTIMO DOM. AP. EPIFANIA

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ÚLTIMO DOM. AP. EPIFANIA

PRÉDICA PARA O ÚLTIMO DOMINGO APÓS EPIFANIA  | 14 de fevereiro de 2021. | Texto da prédica: Marcos 9. 2-9 | Eduardo Stauder |

Que Deus abra os nossos olhos para que possamos ver a luz da sua glória. Que Deus abra os nossos ouvidos para que possamos compreender com sabedoria os seus ensinamentos. Que Deus com o seu amor preencha a nossa vida para permanecermos firmes na fé e na esperança.

Prezada comunidade! Irmãos e irmãs na fé em nosso Senhor Jesus Cristo!

Nós estamos nos dias de carnaval, um momento que seria de muita festa e alegria. Quem não gosta de uma boa festa? Estar junto com amigos, brincando e se alegrando? Mas este ano a festa do carnaval foi cancelada. Em algumas cidades foi transferida para uma outra data.

A pandemia do coronavírus impede as grandes aglomerações, entre elas está a festa do Carnaval. A pandemia lembra que a vida não é feita somente de festa e alegria. Também enfrentamos situações de dor e sofrimento. Preservar a vida exige cuidado e responsabilidade.

Quem sabe, gostaríamos de afastar da vida as situações de dor e sofrimento. Gostaríamos de afastar todo tipo de dificuldade e ficar só com a diversão e a festa, mas sabemos que isto não é possível.

Nesta próxima quarta-feira, celebraremos a quarta feria de cinzas. Iniciaremos o tempo da quaresma, os quarenta dias que antecedem a celebração da Páscoa. A quaresma é um tempo de reflexão e meditação. Quaresma é tempo no qual caminhamos com Jesus em direção a cruz. Refletimos sobre o sofrimento que Jesus enfrentou para nos trazer vida, perdão e salvação.

A vida é marcada por tempos de alegria e tempos de tristeza. Para enfrentarmos estes tempos da vida com fé e esperança quero convidá-los, convidá-las para uma caminhada. Nesta caminhada nós não seguimos sozinhos. Vamos juntos com o Pedro, o Tiago e o João. São três discípulos de Jesus, que foram lideranças importantes na formação das primeiras comunidades cristãs. Jesus chamou estes três discípulos para uma caminhada, na qual eles subiram uma montanha.

Mas porque subir uma montanha? O que fazermos no alto deste monte? A subida de uma montanha muitas vezes é cansativa. Chegamos lá no alto sem fôlego, mas quando olhamos a paisagem logo somos recompensados, recompensadas. Quem já não subiu uma montanha para apreciar a paisagem? Contemplar a paisagem já é algo bonito e especial, mas no alto desta montanha uma outra surpresa nos aguarda. Lá também acontece um encontro especial com Deus. Não vamos contemplar somente a paisagem. Também vamos contemplar a presença de Deus.

Vamos juntos com Pedro, Tiago e João, subir o monte com Jesus, como nos conta o evangelho de Marcos 9.2-9.

Leitura do texto do Evangelho de Marcos 9.2-9.

No alto da montanha somos surpreendidos por uma grande alegria. A glória de Deus se revela em Jesus. A sua aparência se transforma. A sua veste fica totalmente branca. Algo especial acontece e Jesus resplandece na glória de Deus. Mas esta glória não tem somente beleza e esplendor. Ela não enche somente os olhos com algo bonito. Ela também enche a nossa mente e o nosso coração, por isso vemos que ao lado de Jesus aparecem mais duas pessoas: Moisés e Elias. Quem são estas pessoas?

Moisés e Elias são duas figuras importantes na história do povo de Israel. Na Bíblia, no Antigo Testamento, nós encontramos a história deles.

Moisés foi um profeta que guiou o povo de Israel, libertando-o da escravidão do Egito e conduzindo o povo pelo deserto até alcançar uma terra própria, na qual poderiam viver como povo em liberdade. Nesta caminhada em direção à terra prometida, Moisés recebeu de Deus os dez mandamentos.

Elias também foi um profeta. Quando ele atuou, o povo de Israel já havia conquistado a sua terra para morar e estava organizado como sociedade. Havia um rei que governava o povo, mas os governantes se distanciaram da vontade de Deus. Os mandamentos apresentados por Moisés não eram obedecidos e observados pelos governantes. Elias questiona os governantes e mostra como Deus está junto do povo mais pobre e humilde.

Moisés e Elias são dois profetas importantes na história do povo de Israel. Moisés trouxe a liberdade e os dez mandamentos. Elias mostra que Deus não abandona o seu povo, mas permanece com ele caminhando na busca por verdadeira justiça e paz.

Jesus dá continuidade a esta tradição dos profetas. Ele continua no mesmo caminho de Moisés e Elias. Mas, Jesus não é somente profeta. Como a própria voz de Deus anuncia no alto do Monte:

—Este é o meu Filho querido. Escutem o que ele diz!

Jesus é a presença de Deus junto às pessoas. Ele vem para nos conduzir para a liberdade. Ele vem para que os mandamentos de Deus sejam obedecidos a partir do amor.

Lá no alto da montanha a glória de Deus é revelada em Jesus. Os discípulos que acompanham toda manifestação ficam apavorados. Pedro até sugere armar acampamento e ficar por ali com Jesus, Moisés e Elias. Uma proposta que revela que ele não compreendia o que estava acontecendo. Deus não revela a sua glória para permanecer no alto da montanha.

Quando nos deparamos com a beleza de uma flor, o que fazemos? Podemos tirar uma foto para tentar eternizar aquela beleza, aquele momento de contemplação, ou talvez preservar a flor num vaso. Mas se a beleza da flor enche a nossa vida de alegria, revelando a grandeza da criação de Deus, então temos o compromisso de semear para que a beleza da flor se espalhe. Temos o compromisso de cuidar da criação, para que a beleza da flor não se perca.

A glória de Deus não quer encher apenas os olhos. Ela quer preencher o nosso coração e a nossa mente. Ela nos aquece na fé, nos fortalece na vivência do amor, nos move a viver a esperança.

Jesus junto com os discípulos desceu o monte. Voltaram para junto das outras pessoas. Então, o que os seus olhos viram não era mais a beleza da glória de Deus. Enxergavam agora a dureza da vida. Logo quando eles desceram o monte, um pai veio ao encontro de Jesus trazendo o seu filho doente. Tristeza, dor, sofrimento cercaram novamente Jesus e os seus discípulos. Eles não enxergaram mais a glória de Deus, mas a glória de Deus permanecia com eles, pois ela havia tomado conta das suas vidas.

Quando Jesus desceu o monte ele seguiu firme na sua caminhada anunciando o Reino de Deus. Jesus permaneceu fiel a Deus, e assim enfrentou toda dor e injustiça. Assim, ele enfrentou a morte na cruz. Na cruz, apesar de Jesus ter o seu corpo sofrido, surrado, espancado, ele permanecia na glória de Deus. Pois nada e ninguém neste mundo poderiam tirar a glória de Jesus. Como disse a voz no alto do monte: Você é meu filho querido. A glória que Jesus carregava, mesmo quando estava morrendo na cruz, era sustentada pelo amor de Deus. Este amor ninguém e nada neste mundo poderiam retirar dele. Nada poderia separá-lo do amor de Deus.

A glória de Deus também quer brilhar entre nós, não porque sejamos especiais, mas porque Deus derrama sobre nós o seu amor. Que possamos seguir firmes na fé, aprendendo com os ensinamentos de Moisés, de Elias e ouvindo tudo o que Jesus nos diz. A glória de Deus nos acompanha também em nossas fraquezas, em nossas angústias, em nossas doenças, pois nada pode nos separar do amor de Deus.

Amém.

P. Eduardo Paulo Stauder

Lindolfo Collor –  Rio Grande do Sul, Brasilien.

eudardostauder@luteranos.com.br

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